Na caminhada da vida, percebi como o nosso dia-a-dia tem nos deixado fragilizados, mas isso só acontece muitas vezes, porque esquecemos simplesmente que somos muito mais do que imaginamos ser.

A vida tumultuada e os acontecimentos que fogem ao nosso controle, como uma mudança de país, a perda de um emprego, uma doença, a perda de um ente querido, enfim tudo isso faz com que perdamos o chão. E temos aquela sensação de impotência gerada pela nossa própria mente, somada ao referencial coletivo de felicidade acabamos nos sentindo num beco sem saída.

Infelizmente, damos valor e poder à tantas coisas ao nosso redor, deixamos nos levar pelas opiniões dos outros, deixamos a nossa mente comandar os nossos pensamentos e esquecemos de buscar respostas no único lugar que realmente pode nos fazer encontrar o caminho para o que desejamos.

O caminho se faz caminhando… mas as vezes é importante parar e refletir onde queremos chegar, se não encontramos sentido nas coisas que estamos realizando, simplesmente CRIE UM sentido. Escute a voz do coração, ou melhor, a voz do espírito. Pergunte-se o que realmente deseja, muitas vezes tantas vozes falam, que acabamos sufocando a nossa.

Muitas vezes somos vítimas de nós mesmos, quando por exemplo:

• entramos em relacionamentos que não valem a pena, simplesmente no intuito de sermos aceitos ou na busca de afeto momentâneo;
• trabalhamos em empresas opressoras e damos a desculpa que precisamos sobreviver, dar de prover à família ou por julgar importante para nossa carreira.
• assumimos responsabilidades, que não são nossas e acabamos carregando fardos desnecessários.

É triste, que muitos de nós continuemos nos oprimindo, se martirizando, se violentando espiritualmente, emocionalmente e fisicamente com medo de perder uma coisa, que no fundo no fundo, nunca tivemos. O medo, a depressão, a angústia e a ansiedade são só alguns dos elementos que permeiam a nossa realidade. Porque sofrer tanto em busca de um dia de sol? Se eu posso aproveitar o meu dia de sol hoje.

Certa tarde um pescador tomava sol, perto do seu barco e um homem passou e perguntou: —Este barco é seu? Respondeu o pescador : — Sim. Então o homem fez outra pergunta: — Não seria mais interessante, você aproveitar o dia e pescar um pouco mais, para comprar outros barcos e ficar rico e depois quando estiver mais idoso desfrutar do dinheiro que obter com o seu novo negócio? O pescador respondeu: — Penso que não. Eu pesco o suficiente para suprir as minhas necessidades e poder desfrutar do sol todos os dias. Eu fiz a minha escolha, afinal eu nem sei se fazendo todo esse trabalho, que você sugere vou ter a oportunidade de desfrutar futuramente o que eu já aproveito Agora!

O ditado unir o útil ao agradável cai bem, afinal porque temos que nos prostar aos condicionamentos sociais, ter, ter, ter…Temos que nos perguntar se vale a pena fazer tanto para nos sentir recompensado. Para ter o carro do ano, para ter a casa da praia, para ter…
Uma das primeiras coisas que meu marido com Sindrome de Pânico, comprou e eu apoiei  muito foi um Wii, na época lembro-me bem fomos a loja e ele me disse nossa nunca fiz uma compra tão rápida, normalmente ele ficava pensando, pensando e se perguntando se aquilo era importante. E depois da compra, iniciou-se um processo de culpa, que graças ao bom Deus, depois desapareceu! Afinal, claro que essa compra foi importante e eu sei o quanto! Com o Wii, muito dos momentos de passividade do meu marido foram substituídos pelo jogo de tennis, boliche e outros. Na minha opinião muito melhor do que comprar o remédio da Sindome do Pânico, que ele agora não precisa mais, graças aos muitos mecanismos que utilizamos para que ele se sinta mais feliz.  Tudo isso parece bobagem, mas é a partir de pequenas ações que fazemos a vida mais leve, mais alegre e nos sentimos melhor.

Pode ser que estejamos rodeados por pessoas de todos os lados, mas se não preservamos nossos relacionamentos, do que adianta. O que estamos fazendo por nós mesmos? O que estamos fazendo pelos e para os outros? Podemos contribuir financeiramente com as crianças da África. E se  isso  nos faz feliz, ótimo. Essa é a sua escolha. Porém existem tantas crianças bem perto de nós, gostariam de simplesmente ter a oportunidade de chamá-lo de pai ou mãe. Quantas vezes um filho,  um sobrinho, ou mesmo um desconhecido quiz apenas brincar um pouco e dissemos não, pois julgavamos ter algo mais importante para fazer? Quantas vezes alguém te ligou e você nem teve tempo de ouvir e talvez pudesse ter mudado a história dessa pessoa, com uma palavra.

Enfim, cada um tem o seus sonhos, seus desejos. Cabe a cada um de nós encontrar o nosso próprio caminho. Mas lembremos o sonho tem que valer a pena! Temos que sentir alegria e prazer na caminhada. Se isso não acontece, alguma coisa está errada. Temos que repensar o caminho trilhado… De que adianta ter um super emprego, um super salário, se nem temos vontade de fazer outras coisas, se não temos energia para dar atenção aos nossos relacionamentos (esposas, maridos, filhos, pais, parentes e amigos).

Temos que refletir qual o sentido estamos dando a nossa vida, se não tem nenhum encontre UM, pois com certeza EXISTE UM, olhe bem lá no fundo de você mesmo, sem medo, do que vê e sem se importar muito com o retorno financeiro, faça com amor e perceberá que receberá os frutos da SUA escolha. Toda escolha que nós fazemos é a MELHOR, naquele momento. Aceitemos, alegremo-nos e sejamos felizes, pois SOMOS MUITO MAIS DO QUE IMAGINAMOS SER!

Um grande abraço no coração,

Ana Cláudia Brito de Moura König

Abaixo um vídeo para contribuir para que encontre o seu motivo pra ser mais feliz: